DESCASCANDO O
ABACAXI
(*) – Thadeus Palka
Mais uma greve instala-se na região, agora, dos bancários
que reivindicam melhores salários e condições de vida; que tenham sucesso nas
suas reivindicações; não é motivo desta crônica.
No
entanto, vai se considerar nos outros tempos em que não existiam entidades de
classe, então o empregado por sua conta procurava seu patrão e solicitava o
aumento salarial.
Isso
aconteceu com o Sinfrônio funcionário dedicadíssimo, cumpridor de suas
obrigações e com mais de 20 anos de casa.
Criou
coragem, era preciso ter esse ímpeto, e foi falar com o seu patrão que era
compreensivo e atencioso, e reivindicou aumento de salário, quando também
ponderou que seu amigo Justianiano tendo menos tempo de casa e já estava ganhando
um salário superior ao seu.
Após
ouvi-lo atentamente disse-lhe: “Foi bom você ter vindo, porque preciso resolver
um problema na empresa e disse-lhe ali na esquina tem uma mercearia e verifique
se tem abacaxi”.
Assim
que se retirou para cumprir a missão e já estava de volta com a informação e
entre ele e o patrão seguiu o diálogo:
“E
aí, Sinfrônio? Perguntou o patrão. Verifiquei como o senhor mandou. O moço tem
abacaxi. E quanto custa? Não sei não... Muito bem, Sinfrônio. Sente-se ali
naquela cadeira e aguarde um pouco”.
O patrão pegou o telefone e mandou chamar
Aristóteles. Deu a ele a mesma tarefa e orientação que dera ao Sinfrônio.
Em
oito minutos, o Aristóteles voltou. “E então indagou o patrão. Respondeu, ele
tem abacaxi, sim. Em quantidade suficiente para todo o pessoal. E se o senhor
preferir tem também laranja, banana, melão, mamão, maçã, tangerina e outras
frutas mais. O abacaxi está sendo vendido por R$ 3,50 cada, banana, mamão,
melão, por R$ 4,00 o quilo, maçã argentina por R$ 5,00 o quilo, a tangerina por
R$ 3,00 o quilo. Mas como eu disse que a compra seria em grande quantidade elec
oncederia um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o senhor decidir,
volto lá e confirmo a compra, explicou Aristóteles.”
Voltou-se
o patrão ao Sinfrônio e perguntou o que você mesmo me disse?
“Nada
sério, patrão. Esqueça com sua licença”, disse Sinfrônio saindo da sala.
Essa
é uma realidade que acontece no dia a dia no relacionamento entre patrões e
empregados e, na maioria das vezes, surgem até incompreensões. É necessário que
haja uma mudança de postura para que os conflitos sejam superados entre as
partes envolvidas no setor produtivo. A criatividade é fator preponderante a
qualquer um para se atingir sucesso na vida profissional.
(*) = Advogado e ex-professor da FECEA-Apucarana (PR).
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