CRISE MUNDIAL
(*) – Thadeus Palka
Fatos
marcantes acontecidos no século passado modificaram totalmente os costumes e as
atitudes dos governos e das pessoas no âmbito nacional e mundial, tais como: a
eclosão da primeira bomba atômica que mostrou como o homem pode destruir o
mundo num segundo ou num simples apertar de botão e passou a ter medo de si
mesmo; a notícia via internet chega aos destinatários num piscar de olhos; o
chip possibilitou a ida do homem ao espaço sideral, como também possibilitou
que tudo fosse transformado em miniatura (telefone celular, TV, circuito
integrado, microprocessador, etc.), possibilitando a sofisticação dos
equipamentos eletrônicos, a derrubada do Muro de Berlim que modificou
totalmente o mapa europeu, a globalização com a criação de blocos econômicos
que veio derrubar as fronteiras das nações e outros tantos inventos e fatos
econômicos, políticos e sociais que vieram facilitar e melhorar a vida das
pessoas.
Se
o homem projetou-se tecnicamente, por outro lado está sucumbindo
desastrosamente nos direitos das pessoas.
Acontece
que a paz do mundo está combalida com guerras sem fim causando preocupações aos
governantes de toda ordem por motivos econômicos, raciais e religiosos,
ceifando vidas de irmãos sem nó e nem piedade, ferindo radicalmente os direitos
humanos.
Vê-se,
agora, que as grandes potências mundiais até a pouco tempo consideradas
inatacáveis estão aos poucos sentindo os reflexos de países considerados pobres
do terceiro mundo – China, Índia, Rússia e Brasil – e que estão produzindo, se
rivalizando e se ombreando com essas nações poderosas porque estão deixando de
ser pobres para produzirem microprocessadores e nanotecnologia.
Isso
leva a uma análise muito simples de que as nações consideradas de primeiro
mundo estão passando por um estágio de riqueza muito alto, quando, de certa
forma, o seu crescimento começa a não ter aquele ritmo acelerado e de
abastança, quando tem o início da desaceleração que é gradativa de suas
atividades, quando surgem economias com crescimento de 10% (China e Tailândia)
e 7% (Índia).
Está
se observando que as grandes economias estão sentindo as conseqüências nefastas
do consumo exagerado e desmedido e um exemplo os Estados Unidos que foi a
economia que surgiu no pós-guerra de 1945, não está conseguindo vender seus
produtos e é obrigado a exportar guerras para poder crescer um pouco; a
hegemonia americana está sendo posta em perigo pelo terrorismo, guerras
localizadas e o crescimento econômico dos países emergentes. A Inglaterra que
foi a senhora do mundo que tem que se contentar com crescimento inferior de 3%.
O
mundo está ficando mais justo? De certa forma pode-se dizer que sim porque está
de fato acontecendo uma melhor distribuição de riquezas no mundo, e “pela
primeira vez em muitos séculos, alguns países pobres estão ficando mais ricos e
alguns países ricos mais pobres”, como afirma Domenico De Masi, no artigo “O
mundo está ficando mais justo”, na revista Época, e isso nada mais é do que a
lei da evolução – porque depois do ápice vem o declínio -.
O
referido articulista ainda afirma que “tenho escrito que o Brasil cresce
rapidamente, mas o faz sem renunciar a suas melhores características:
acolhimento, solidariedade, alegria e sensualidade”. Oxalá que esse presságio
se realiza num curto espaço de tempo.
Uma
grande preocupação do momento são as bolsas de valores que estão oscilando de
forma desastrada, ora subindo e ora descendo -, pelo que se vê os prejuízos são
grandes e irrecuperáveis; bancos sendo incorporados por outros; isso tudo são
indícios preocupantes e que tudo pode acontecer, podendo-se comparar com aquela
árvore frondosa e majestosa que, quando derrubada, destrói tudo que está por
baixo ou a seu lado de uma forma impiedosa, portanto todos devem estar atentos
e acautelarem-se das conseqüências que possam advir.
(*)-Advogado e membro da Academia de
Letras de Apucarana.
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