Scortecci abre inscrições para sua Antologia Literária de 2014



INCERTEZAS E SUAS FRAGILIDADES

Estão abertas as inscrições para a Antologia de Poesias, Contos e Crônicas da Scortecci Editora, ano 2014, de nome INCERTEZAS E SUAS FRAGILIDADES.

O tema é livre.

Dela poderão participar escritores brasileiros, residentes ou não no Brasil, maiores de 16 anos.

A Antologia será editada em dois volumes, com aproximadamente 75 autores cada, organizada em ordem alfabética e por nome de AUTOR.

Inscrições  pela Internet até 31 de março de 2014 ou até o preenchimento das 150 vagas, o que acontecer primeiro.

Mais informações e inscrições: aqui

Grupo Editorial Scortecci
antologia@scortecci.com.br
www.scortecci.com.br

Edição, impressão e comercialização de livros em pequenas tiragens desde 1982.



Pedro Cagna,
Suprimento.
C
ARAMURU ALIMENTOS S.A.- Apucarana (PR)
(43) 3420-4822

Conto de Afonso Cavalvanti - O lado do bem e o lado da maledicência

O lado do bem e o lado da maledicência
Afonso de Sousa Cavalcanti
        Creia pois, Pereira, um baita missionário redentorista, apareceu um dia destes em um local chamado Pedrinha. Ali estavam reunidos alguns dos ex-seminaristas redentoristas e seus convidados, aqueles que vivem repetindo:
- Uma vez redentoristas, sempre redentoristas!
        O missionário Pereira não veio com este lema na boca, mas concordou plenamente com ele porque é amigo do Anchieta, que é amigo do Desidério e que são discípulos seguidores de um missionário porreta, o que nos ensinou a vibrar com o arriba, o Libardi, o santo do Tietê.
- Não sou grande conhecedor de Teologia e por isso vou explicar um pouco sobre a teologia prática que experimentei em minha vida, afirmou o missionário.
        Quase todos olharam admirados para a simplicidade daquele paulista, de perto de São João da Boa vista, pois ele se apresentou de pés no chão e explicou o motivo de ele estar assim despreocupado.
- Gostei muito do gesto do senhor pregador e se o senhor me permite, de ora em diante não terei receio em me apresentar ao meu público, também de pés no chão, afirmou a senhora Marina.
        Nosso bom apresentador trouxe poemas de sua autoria, mas convenceu seu público narrando casos, de forma que o Jandaia implorou para ele:
- Na condição de professor orientador de trabalhos científicos, solicito e o aconselho para que doravante Vossa Senhoria escreva estes seus causos no gênero contos, crônicas ou outros. Destine estes seus escritos para alunos do Ensino Fundamental. Creia, padre Pereira, o senhor é iluminado e irá iluminar milhares de corações jovens e adultos.
        Uma passagem fantástica registrou o missionário, na manhã de sábado.
- Exatamente em uma cidade mineira por onde passei, ouvi e presenciei a história de um rapaz, o Maldonado, que nunca faltava aos velórios da cidadezinha. Cidade pacata, é claro, quase todo mundo vai ao velório de todo mundo, Pereira encheu o peito para nos contar isto.
        Maldonado ficava cada vez mais conhecido naquelas redondezas, pois se aproximava do caixão do morto e dizia:
- Esta jovem, esta senhora, este moço, este doutor... tinha as qualidades de... Enumerava os principais pontos que formavam o bom caráter do defunto da vez. Os parentes ficavam maravilhados com as qualidades que Maldonado arrancava de sua memória sobre aquele ente já passado. Por isso em todos os velórios havia enorme multidão.
- Na cidade não havia somente gente com qualidades fantásticas, havia também um senhor que era maledicente, malvado, maltratador, mandão, munheca e outros atributos negativos. Como todos morrem um dia, aquele senhor chamado Osório também morreu. Adivinhem, disse Pereira, quem foi que veio para o sepultamento deste mal caráter?
        Pereira deixou todos os presentes próximos de uma incógnita. Pelo motivo de Osório ser maledicente, malvado e... então não haveria ninguém no velório.
- Enganam-se todos. Este foi o velório mais concorrido da cidade, afirmou o missionário.
        A hora do sepultamento chegava e o salão da capela mortuária estava lotado, na expectativa de ouvir o que Maldonado diria a respeito do defunto Osório. O moço se aproximou do caixão, sem medo de sua alma penada. Colocou sua mão direita sobre as mãos do falecido e disse:
- Inté que o senhor defunto fazendeiro tinha um sorriso lindo.
        Acreditem os senhores, Pereira arrancou esta conclusão lá do fundo de sua memória. Acredito que ele já encomendou dezenas de almas e pela pureza d’alma que presenciei nele, pela trajetória de sua vida, trilhando pelo Evangelho do Amor, jamais este missionário pensou em maledicências, mas sim levou a todos à reflexão da misericórdia divina.
 - Pereira foi maravilhoso, simples, mas de uma profundidade sem igual, afirmou Beatriz. Todos concordaram e por isso aquela senhora de BH foi entregar um presente ao missionário. Levou para ele estátuas de profetas, exatamente porque o pregador se tornou para nós um profeta.
 ____________ 
* militante redentorista, presente no SRSA entre os anos de 1969-1974. Na vida conseguiu ser professor, estudante e católito.

Conto de Afonso Cavalcanti - Ninguém dá o que não tem


Ninguém dá o que não tem
Afonso de Sousa Cavalcanti

        O edital do vestibular de verão da Faculdade já estava disponível ao público. Os formandos do ensino médio procuravam ansiosos pelos cursos, pela data de inscrição e mais: queriam informações sobre os cursos, sobre suas grades curriculares. Oportuno foi o momento em que mais de 20 jovens se aproximaram da página que informava acerca do Curso de Letras.
        Ali, bem próximo do quadro do edital, sentado e com os braços apoiados sobre uma mesa, estava o velho professor de latim daquela instituição. O mesmo se levantou e foi até os jovens e os cumprimentou. Dirigindo-lhes a palavra, foi dizendo:
     - Bem vindos a esta casa de ensino! Muitos já atravessaram o caminho por aqui e hoje são bem sucedidos. O curso que vocês observam tem por finalidade formar licenciados e pesquisadores em Letras. O forte deste curso é a nossa língua. Aprender a língua é desenvolver diversas habilidades que vão da simples observação – nas formas de ler, interpretar e transmitir – até à linguagem mais complexa: abrangendo literaturas, teorias literárias, línguas estrangeiras, além dos mecanismos diversos da linguagem, ora vistos pelos lingüistas, ora cobrados pelos gramáticos. Vocês ainda não me conhecem. Apresentando-me a todos, informo-lhes que no momento sou professor da Língua Latina e de Literatura Latina. Tenho a maior paixão pelo que ensino. A Língua Latina e os clássicos latinos são minhas raízes, neles me realizo. Quando tenho dúvidas, recorro a eles e confesso-lhes que tenho respostas imediatamente.
        Entusiasmado pela fala vibrante do professor, Marcos puxou conversa com ele e procurou retirar dele algum conhecimento. Foi dizendo:
     - Meu pai é advogado. Volta e meia, vejo seus processos. Constantemente ele usa termos latinos. Disse-me ele que os advogados novos já não mais aprendem o latim, pois este é uma língua morta.
        O mestre ouviu o futuro aprendiz e dialogou calmamente com ele:
     - Gostei de ver, meu rapaz! Vejo que já se interessou pela matéria. A Língua Latina é a mãe da língua portuguesa, portanto, é sua alma. Sem que compreendamos a raiz das palavras, nosso raciocínio ficará truncado. Procurem ouvir o que vou dizer. Irei ensinar alguns aforismos e os repetirei duas vezes para que os mesmos possam ser gravados em suas memórias. Assim que eu apresentá-los, por duas vezes, farei sua tradução para o português.
        Com muito respeito e simbolismo, o velho professor pára por alguns segundos e se coloca em posição de contemplação. Digamos, aquela posição que os patriotas se põem no momento em que entoam o hino de sua pátria. A concentração é tudo para que o ator – neste caso, o professor de latim – possa pronunciar as sentenças e motivar os futuros acadêmicos de Letras. O Latim, bem falado, soa gostoso nos ouvidos dos meninos. O mestre, fazendo como se fosse um aperitivo, pronunciou:
     - "Dura lex, sed lex", "Dura lex, sed lex". (A lei é dura, mas é a lei).
     -  "Hodie mihi, cras tibi". "Hodie mihi, cras tibi". (Hoje para mim, amanhã para ti).
     -  "Homo homini lupus". "Homo homini lupus". (O homem é lobo do homem).
        Ouvindo a boa pronúncia do professor, os estudantes pediram àquele que os recepcionava para que dissesse mais aforismas. O mestre empolgado resolveu dizer frases mais consistentes e com forte cunho moral. Sua voz foi ouvida por mais pessoas de forma que ele se entusiasmava cada vez mais:
     - "Ocasio facit ferum". "Ocasio facit ferum". (A ocasião faz o ladrão). O sujeito, por errar uma vez, por roubar o tempo ou a mercadoria, e não ser corrigido, continuará errando. Errará tanto que seu bom senso entrará em desuso;
     - "Imperium habere vis magnum? Impera tibi". "Imperium habere vis magnum? Impera tibi". (Queres ter um grande poder? Governa a ti mesmo). O poder está em nós mesmos, em nossos sentidos e racionalidade. Está no cumprimento do dever e no exercício do direito;
     - "Mens in corpore tantum molem regit". - "Mens in corpore tantum molem regit". (É o espírito que rege o corpo). Sem a racionalidade, nossas ações são puramente animalescas. Agimos como lobos e apenas experimentamos desejos, se não dermos conta de que a racionalidade é extremamente necessária. 
        Os três últimos aforismos ensinam sobre o animal político que todos nós somos. A ocasião também faz o que é vigilante, basta procurar o poder em si mesmo e deixar que sua alma intelectiva governe plenamente.
        Interessante! O vestibular chegou, as aulas foram aos poucos sendo ministradas. Os professores demonstravam saber, principalmente os professores de Língua Portuguesa e de Filosofia que faziam questão de diferenciar com precisão as definições e os conceitos; de acertar, nos mínimos detalhes, as palavras e as sentenças mais significativas. Quase sempre buscavam os significados mais profundos nas raízes dos termos, bem juntinho das línguas grega e latina. De forma que os acadêmicos tinham nas veias sanguíneas o provérbio latino: "Nemo dat quod non habet" (Ninguém dá o que não tem). Sinceramente, as frases são construídas com erros gramaticais; as idéias são confusas; a linguagem falta com sua finalidade. Isto ocorre porque aquele que transmite não possui o objeto da comunicação, ou seja, o pensamento bem construído.
        O tempo decorreu. Janeiros vieram, e aqueles acadêmicos, agora professores, pós-graduados, retornam como egressos para a festa de sua instituição de ensino. Não mais encontram o professor de Latim – a instituição aboliu da grade curricular a disciplina de Língua Latina, pois o latim é desnecessário, afirmam os dirigentes daquela faculdade. O latim caiu no esquecimento. Com ele também se foram os clássicos filósofos e a disciplina de Filosofia. O velho mestre somente ficou na saudade, como um mito que apenas é ouvido por quem sabe referenciar a mãe de nossa língua pátria.
        Sem medo de defender o que é forte, o que é cultura, reproduzo o som que ainda está em minha memória: "Alia jacta est".(A sorte foi lançada)"; "Veni, vidi, vici". (Vim, vi, venci). Quem sabe as novas estratégias de difundir a língua e de cultivar o saber, sejam muito eficientes e valha a pena afastar-se das raízes históricas!





Artigo de Afonso Cavalcanti - Comunicação Oral

Artigo completo sobre a missão do educador.


ATRIBUTOS ESSENCIAIS DO EDUCADOR

CAVALCANTI, Afonso de Sousa. afonsoc3@hotmail.com

Resumo

Comunicação oral
Introdução: Ao refletir sobre a vivência do magistério, o professor entende e sente a necessidade de se envolver no ensino e na pesquisa, para que se sinta engajado na profissão e na ética do magistério. O verdadeiro profissional do magistério percebe que ele tem o sagrado dever de buscar o aperfeiçoamento ao ensino e à pesquisa. Objetivos: Levar os profissionais da educação à compreensão de que a arte de ensinar e de pesquisar exige o cultivo das virtudes da eficiência, da tolerância, do saber com profundidade e outras. Material e método: Este estudo discorrerá sobre lições de filosofia que estão em: MERLEAU-PONTY. A estrutura do comportamento, 1975 e KANT. Fundamentação da metafísica dos costumes. 1974. Discussão: O profissional do magistério busca a formação de cidadãos e quer para eles o desenvolvimento profissional. Este exercício ajuda a sanar a marginalidade e a miséria sociais. O contingente de pessoas – a massa – fica à mercê do controle do Estado. Para evitar a marginalidade, faz-se necessário que a sociedade civil exija que o Estado cumpra sua função. As várias profissões nascem das necessidades sociais e estas são bem ou mal sucedidas conforme o sucesso no trabalho, no clube, na igreja, no sindicato e outras repartições. Quanto mais o profissional do magistério compreender a sociedade e sobre ela agir com cautela e amor, mais profissional e mais ético ele será. Conclusão: Ao realizar suas atividades docentes de ensino e de pesquisa, o educador e pesquisador exercita o sujeito moral que ele representa: no caso específico de ser professor. Torna-se sujeito ético na medida em que cria os seus juízos éticos de valor e segue sua consciência crítica. Destes juízos pode-se concluir que o bem gera a felicidade e o mal produz o desconforto espiritual e material. Os sujeitos éticos moldam sua cultura, de forma a facilitar a definição de valores e a consciência moral. Palavras-chave: Moral. Profissionalismo. Comprometimento.
  
ATRIBUTOS ESSENCIAIS DO EDUCADOR

CAVALCANTI, Afonso de Sousa. afonsoc3@hotmail.com

 

Crônicas de Thadeus Palka - QUEM É EFICIENTE E EFICAZ

QUEM É EFICIENTE E EFICAZ

(*) – Thadeus Palka
                        Buscando no dicionário as palavras eficiência e eficácia verifica-se que tem o mesmo sentido, ou seja, ação, força, qualidade ou propriedades de produzir um efeito, porém, no sentido administrativo diferenciam o comportamento das pessoas.
                        Assim, o eficiente faz o trabalho bem feito e o eficaz, por seu turno, faz o trabalho que precisa ser feito e bem feito.
                        Assim, melhor explicando, o eficiente é aquele que cumpre o que é determinado pelas normas da empresa e o eficaz executa tudo o que foi determinado pelo chefe e mais alguma coisa porque não perde tempo com minúcias, costuma chegar antes do início e o último a deixar o trabalho, colabora com os colegas, disposto para qualquer emergência e com espírito de colaboração, enfim, entrega-se ao trabalho vestindo a “camisa da empresa” com desprendimento para qualquer situação que possa surgir no trabalho.
                        Observar a conduta de cada um e tirar as conclusões. O eficiente trabalha, trabalha e por cargas d’água não sobe na vida, é o eterno insatisfeito e sempre reclamando da vida, embora, às vezes, tendo o que tudo precisa, e o eficaz é um vencedor no trabalho pelo modo que atua no ambiente do trabalho sempre alegre e disposto para tudo.
                        Conta-se que nos EE.UU. e há muitos anos, quem comprasse uma geladeira nova guardava a antiga no fundo do quintal ou em algum cômodo da casa, no entanto, esse eletrodoméstico tinha uma trava ou trinco que se fechava por fora, acontece que muitas crianças morriam asfixiadas porque se escondiam dentro dela nas suas brincadeiras e por estarem em seu interior não conseguiam abri-la. Foi um verdadeiro caos familiar. Então os fabricantes preocupados com essa lamentável situação foram em busca de soluções com campanhas elucidativas para frear essa fatalidade. Foram elaborados planos de toda ordem para resolver a situação preocupante com campanhas elucidativas a nível nacional com inversão de altos gastos financeiros. Quando tudo estava pronto para sua implantação, com instrutores já devidamente capacitados e a data marcada para sua divulgação, eis que, surge um funcionário dizendo que nada disso era preciso fazer, porque com a colocação de um imã na porta estaria solucionado o problema do trinco ou da trava, eis que com um simples empurrão de quem lá estivesse preso abrir-se-ia a porta sem qualquer entrave. Ótima idéia aprovada com unanimidade e com aplausos.
                        Com esse simples exemplo, deve-se entender toda e qualquer idéia por mais simples que seja e de quem quer que seja o administrador deve estar atento a tudo que pode acontecer dentro do ambiente de trabalho, porque a idéia por mais absurda que seja ela não pode ser deixada de lado e sempre procurar ouvir seus comandados pelo que possam oferecer de bom para o bom funcionamento da empresa.
(*) – Advogado e ex-professor da FECEA-Apucarana (PR).

Livro de Afonso Cavalcanti - Procura e discernimento

Procura e discernimento

AFONSO DE SOUSA CAVALCANTI



                         Produção filosófico-científica  organizada  por  Afonso  de  Sousa
                         Cavalcanti. Trata-se de um livro com exercícios para o leitor exercitar a mente.
                         Periódico  semestral – voltado  às  Ciências Humanas  e  Ciências
                         Sociais Aplicadas.




SUMÁRIO
Editorial.......................................................................................................................4
Unidade I. Conceito e atributos da ética. Atividades...................................................5
Conceito e atributos da ética........................................................................................5
1.1  Introdução.............................................................................................................5
1.2 A conduta do homem ............................................................................................8      
1.3 A moral nas posições absoluta e relativa.............................................................10
2. Pluralismo moral....................................................................................................11
2.1 A vida com equilíbrio: a moralidade...................................................................12
2.2 O bem por excelência: a felicidade......................................................................14
2.3 A cidadania..........................................................................................................14
2. 4 A solidariedade...................................................................................................15
Conclusão...................................................................................................................17  Unidade II..A pluralidade ética. Atividades..............................................................19
A pluralidade ética.................................................................................................... 20
A ética do bem supremo........................................................................................... 20
A ética segundo Sócrates.......................................................................................... 20
A ética segundo Platão.............................................................................................. 21
A ética em Aristóteles............................................................................................... 22
A ética em Epicuro ...................................................................................................23
A ética no Estoicismo............................................................................................... 24
A ética experimental................................................................................................. 25
A ética segundo os anarquistas..................................................................................25
A ética para os utilitaristas....................................................................................... .26
A ética e os cépticos...................................................................................................27
A ética subjetivista ....................................................................................................29
A ética do foro íntimo da pessoa ..........................................................................................30
A ética e a fundamentação dos valores................................................................................ 32
Unidade III. A ética com responsabilidade e solidariedade. Atividades...............................36
Unidade III. A ética com responsabilidade e solidariedade................................................ .37
A ética e a religião podem ser vistas na ética cristã..............................................................37
A religião e a ciência necessitam do método e da transcendentalidade................................41
Conclusão..............................................................................................................................46
Unidade IV.A ética e a política. Atividades........................................................................ 48
Unidade IV. A ética e a política: na visão absolutista e totalitária...................................... 49
I. Por uma ética na política: confronto entre os pensamentos de Thomas Hobbes e John Locke ....................................................................................................................................50
II. As origens do totalitarismo: totalitarismo, o paroxismo do poder...................................70
Unidade V. A ética na profissão e no trabalho público. Atividades.................................... 75
Unidade V. A ética na profissão e no trabalho público.........................................................75
Conclusão..............................................................................................................................79
Referências............................................................................................................................80


EDITORIAL*
        O sujeito para alcançar o conhecimento necessita ir em busca do objeto. Ao fazer ciência, tudo se torna mais prático. Na busca das causas e na análise apurada destas, por intermédio da lógica,  leva-se a crer que os resultados das pesquisas virão facilitar o modo de viver. No encontro do sujeito com o objeto nasce o poder do discernimento e da sensibilidade sobre o certo e o errado, o falso e o verdadeiro, o justo e o injusto – e daí surgirão resultados cada vez mais extraordinários que demonstrarão a metodologia que pode ser guiada por princípios dialógicos

Crônicas de Thadeus Palka - DESCASCANDO O ABACAXI


DESCASCANDO O ABACAXI
(*) – Thadeus Palka
                        Mais uma greve instala-se na região, agora, dos bancários que reivindicam melhores salários e condições de vida; que tenham sucesso nas suas reivindicações; não é motivo desta crônica.
                        No entanto, vai se considerar nos outros tempos em que não existiam entidades de classe, então o empregado por sua conta procurava seu patrão e solicitava o aumento salarial.
                        Isso aconteceu com o Sinfrônio funcionário dedicadíssimo, cumpridor de suas obrigações e com mais de 20 anos de casa.
                        Criou coragem, era preciso ter esse ímpeto, e foi falar com o seu patrão que era compreensivo e atencioso, e reivindicou aumento de salário, quando também ponderou que seu amigo Justianiano tendo menos tempo de casa e já estava ganhando um salário superior ao seu.
                        Após ouvi-lo atentamente disse-lhe: “Foi bom você ter vindo, porque preciso resolver um problema na empresa e disse-lhe ali na esquina tem uma mercearia e verifique se tem abacaxi”.
                        Assim que se retirou para cumprir a missão e já estava de volta com a informação e entre ele e o patrão seguiu o diálogo:
                        “E aí, Sinfrônio? Perguntou o patrão. Verifiquei como o senhor mandou. O moço tem abacaxi. E quanto custa? Não sei não... Muito bem, Sinfrônio. Sente-se ali naquela cadeira e aguarde um pouco”.
                         O patrão pegou o telefone e mandou chamar Aristóteles. Deu a ele a mesma tarefa e orientação que dera ao Sinfrônio.
                        Em oito minutos, o Aristóteles voltou. “E então indagou o patrão. Respondeu, ele tem abacaxi, sim. Em quantidade suficiente para todo o pessoal. E se o senhor preferir tem também laranja, banana, melão, mamão, maçã, tangerina e outras frutas mais. O abacaxi está sendo vendido por R$ 3,50 cada, banana, mamão, melão, por R$ 4,00 o quilo, maçã argentina por R$ 5,00 o quilo, a tangerina por R$ 3,00 o quilo. Mas como eu disse que a compra seria em grande quantidade elec oncederia um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo a compra, explicou Aristóteles.”
                        Voltou-se o patrão ao Sinfrônio e perguntou o que você mesmo me disse?
                        “Nada sério, patrão. Esqueça com sua licença”, disse Sinfrônio saindo da sala.
                        Essa é uma realidade que acontece no dia a dia no relacionamento entre patrões e empregados e, na maioria das vezes, surgem até incompreensões. É necessário que haja uma mudança de postura para que os conflitos sejam superados entre as partes envolvidas no setor produtivo. A criatividade é fator preponderante a qualquer um para se atingir sucesso na vida profissional.


(*) = Advogado e ex-professor da FECEA-Apucarana (PR).

Crônicas de Thadeus Palka - FAMÍLIA – LUGAR SAGRADO

FAMÍLIA – LUGAR SAGRADO
(*) – Thadeus Palka
         Na família estão centrados os pilares que devem sustentar no mais alto conceito o desenvolvimento humano; justamente, na família é que devem são lapidados os mais elevados conceitos de amor, de paz, de alegria, de paciência, de perdão e de respeito, para que se tenha um mundo mais acolhedor e cheio de boas esperanças.                                
          No entanto, uma das características mais marcantes no momento em que se vive são a inesperada rapidez e intensidade com que se manifestam as mudanças sociais, econômicas, técnicas, políticas e etc.
         Não muitos anos atrás as gerações passavam pelo mesmo mundo sem que os costumes e hábitos sofressem sensíveis alterações, atualmente, por uma só geração passam vários mundos.
         É necessário, portanto, que todos estejam devidamente preparados para aceitar e conviver neste ritmo acelerado e tresloucado e, acima de tudo, cheio de conturbações e incertezas.
         Deve-se entender que o falso conceito de liberdade nunca levará à conquista da taça da liberdade.
         Liberdade não é fazer tudo o que se deseja, mas praticar com consciência tudo o que é justo e certo, porque a liberdade vai até o ponto em que a liberdade do outro começa.
         No nível familiar, os pais podem ser considerados rudes, “quadrados”, “grossos”, incompreensíveis e até ignorantes, mas nunca mal intencionados.
         A liberdade deve ser irmã da responsabilidade, pois se deve saber dizer no momento certo e adequado “sim, sim” e “não, não” de maneira amadurecida e convicta e utilizando-se de um instrumento fenomenal e que demove qualquer barreira ou montanha que possa existir entre as pessoas senão o diálogo franco e sincero entre as partes envolvidas.
         Para se atingir o fim precípuo do diálogo é necessário acima de tudo que as partes saibam escutar o que o outro tem a dizer.
         Quem não precisa de conselhos, ou não quer ouvir os outros ou que não precisa estar ouvindo a todo o momento está simplesmente monologando.
         Dialogar não é duelar ou impor suas idéias por julgar a mais convincente, como muitos pensam e agem até com autoridade e não dando a mínima oportunidade para outro expor seu ponto de vista.
         O diálogo é antes de tudo saber compreender antes de julgar e é sublime e deve ser praticado a cada momento.
         É justamente no diálogo que se conhece o outro, tais como, esposos, filhos, amigos e até inimigos para se valorizar, compreender, estimular, dar carinho, ter paciência, aceitar as falhas e defeitos, ouvir atentamente, e, por fim, perdoar.
         Para o diálogo é preciso treinar e dispor-se porque não é impor idéias, mas aceitar, respeitar as idéias, trocar sugestões, reconhecer os erros e reconhecer as qualidades e falhas dos outros e ser humilde e levando-se em conta que ninguém é perfeito e reconhecer que um é diferente do outro.
         O ponto principal e culminante do diálogo é a compreensão e a sensibilidade e todas as arestas serão aparadas e não haverá nem vencido e nem vencedor.
         Dialogam-se com sorrisos, apertos de mão, abraços, olhares ou pela simples expressão do rosto sabe-se da aprovação ou não e da aceitação ou não daquilo que se realiza e se faz.
         À medida que for praticado o diálogo cada qual vai superando os obstáculos da vida para com o próximo, a si mesmo e à família que é a pedra basilar da sociedade.
(*)-Advogado e ex-professor da FECEA-Apucarana (PR).

Crônicas de Afonso Cavalcanti - POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Afonso de Sousa Cavalcanti

Introdução: Faz-se necessário estdar as questões sobre os afro-brasileiros e os indígenas de nosso país. Sobre tais etnias, nossos estudos avançam para a necessidade do ensino religioso e sobre as preocupações que as autoridades brasileiras têm tomado iniciativa. São preocupantes os preconceitos sobre as questões racistas, sobre direitos assistidos e, sobretudo, acerca das práticas e vivências religiosas. O presente estudo aborda o tema: POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: A HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA, ampliando contatos diretos com os acadêmicos interessados no exercício do magistério. Objetivos: Desenvolver nos estudiosos de História o senso crítico para a vivência em comunidade e especificamente no tocante às suas reflexões críticas sobre as legislações para a educação básica. Material e método: O estudo encaminha conhecimento aos acadêmicos em 3 momentos diferenciados:
1.LEGISLAÇÃO: a) Lei 10639, de 9/1/2003, que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade do estudo sobre "História da Cultura Afro-Brasileira"; b) Lei 11.645, de 10/3/2008, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, obrigando a incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do ensino da temática: "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena"; c) Lei 9.475, de 22/7/1997, dando nova redação ao artigo 33 da Lei n. 9.394, de 20/12/1996, estabelecendo que o Ensino Religioso é parte integrante da formação básica do cidadão brasileiro; d) Lei 11.635, de 27/12/2007, que estabelece o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa; e) Lei 9.394, de 20/12/1996, no tocante às compreensões e regularidade educacional sobre as leis anteriormente citadas. 
2. COMUNICAÇÃO, vistas nas formas escrita e comentários críticos, resultados de conferências especiais, dissertações, teses e livros de teóricos, tais conteúdos devem contribuir significativamente para a história da educação básica no Brasil, mais precisamente no tocante à formação profissional dos interessados em seguir a carreira do magistério educacional brasileiro (municipal, estadual e federal) e ainda o grau de satisfação destes em trabalhar e produzir conhecimentos sobre estas temáticas.
3. PRODUÇÃO de conhecimentos, ORGANIZAÇÃO de seminários e GRUPOS DE ESTUDO, abrangendo uma gama cada vez maior de universitários preocupados com o ensino, a pesquisa e a extensão acerca das temáticas contempladas em leis. É intenção dos pesquisadores deste projeto vivenciar e exercitar o espírito de cidadania com os estudiosos das Ciências Humanas e Sociais para que reflitam sobre as várias intolerâncias sofridas pela população brasileira, até então.
Palavras-chave: Legislações educacionais. Abertura democrática. Conferência de direitos. Lideranças políticas.


Crônicas de Afonso Cavalcanti - Ninguém dá o que não tem

Ninguém dá o que não tem
Afonso de Sousa Cavalcanti

        O edital do vestibular de verão da Faculdade já estava disponível ao público. Os formandos do ensino médio procuravam ansiosos pelos cursos, pela data de inscrição e mais: queriam informações sobre os cursos, sobre suas grades curriculares. Oportuno foi o momento em que mais de 20 jovens se aproximaram da página que informava acerca do Curso de Letras.
        Ali, bem próximo do quadro do edital, sentado e com os braços apoiados sobre uma mesa, estava o velho professor de latim daquela instituição. O mesmo se levantou e foi até os jovens e os cumprimentou. Dirigindo-lhes a palavra, foi dizendo:
     - Bem vindos a esta casa de ensino! Muitos já atravessaram o caminho por aqui e hoje são bem sucedidos. O curso que vocês observam tem por finalidade formar licenciados e pesquisadores em Letras. O forte deste curso é a nossa língua. Aprender a língua é desenvolver diversas habilidades que vão da simples observação – nas formas de ler, interpretar e transmitir – até à linguagem mais complexa: abrangendo literaturas, teorias literárias, línguas estrangeiras, além dos mecanismos diversos da linguagem, ora vistos pelos lingüistas, ora cobrados pelos gramáticos. Vocês ainda não me conhecem. Apresentando-me a todos, informo-lhes que no momento sou professor da Língua Latina e de Literatura Latina. Tenho a maior paixão pelo que ensino. A Língua Latina e os clássicos latinos são minhas raízes, neles me realizo. Quando tenho dúvidas, recorro a eles e confesso-lhes que tenho respostas imediatamente.
        Entusiasmado pela fala vibrante do professor, Marcos puxou conversa com ele e procurou retirar dele algum conhecimento. Foi dizendo:
     - Meu pai é advogado. Volta e meia, vejo seus processos. Constantemente ele usa termos latinos. Disse-me ele que os advogados novos já não mais aprendem o latim, pois este é uma língua morta.
        O mestre ouviu o futuro aprendiz e dialogou calmamente com ele:
     - Gostei de ver, meu rapaz! Vejo que já se interessou pela matéria. A Língua Latina é a mãe da língua portuguesa, portanto, é sua alma. Sem que compreendamos a raiz das palavras, nosso raciocínio ficará truncado. Procurem ouvir o que vou dizer. Irei ensinar alguns aforismos e os repetirei duas vezes para que os mesmos possam ser gravados em suas memórias. Assim que eu apresentá-los, por duas vezes, farei sua tradução para o português.
        Com muito respeito e simbolismo, o velho professor pára por alguns segundos e se coloca em posição de contemplação. Digamos, aquela posição que os patriotas se põem no momento em que entoam o hino de sua pátria. A concentração é tudo para que o ator – neste caso, o professor de latim – possa pronunciar as sentenças e motivar os futuros acadêmicos de Letras. O Latim, bem falado, soa gostoso nos ouvidos dos meninos. O mestre, fazendo como se fosse um aperitivo, pronunciou:
     - "Dura lex, sed lex", "Dura lex, sed lex". (A lei é dura, mas é a lei).
     -  "Hodie mihi, cras tibi". "Hodie mihi, cras tibi". (Hoje para mim, amanhã para ti).
     -  "Homo homini lupus". "Homo homini lupus". (O homem é lobo do homem).
        Ouvindo a boa pronúncia do professor, os estudantes pediram àquele que os recepcionava para que dissesse mais aforismas. O mestre empolgado resolveu dizer frases mais consistentes e com forte cunho moral. Sua voz foi ouvida por mais pessoas de forma que ele se entusiasmava cada vez mais:
     - "Ocasio facit ferum". "Ocasio facit ferum". (A ocasião faz o ladrão). O sujeito, por errar uma vez, por roubar o tempo ou a mercadoria, e não ser corrigido, continuará errando. Errará tanto que seu bom senso entrará em desuso;
     - "Imperium habere vis magnum? Impera tibi". "Imperium habere vis magnum? Impera tibi". (Queres ter um grande poder? Governa a ti mesmo). O poder está em nós mesmos, em nossos sentidos e racionalidade. Está no cumprimento do dever e no exercício do direito;
     - "Mens in corpore tantum molem regit". - "Mens in corpore tantum molem regit". (É o espírito que rege o corpo). Sem a racionalidade, nossas ações são puramente animalescas. Agimos como lobos e apenas experimentamos desejos, se não dermos conta de que a racionalidade é extremamente necessária. 
        Os três últimos aforismos ensinam sobre o animal político que todos nós somos. A ocasião também faz o que é vigilante, basta procurar o poder em si mesmo e deixar que sua alma intelectiva governe plenamente.
        Interessante! O vestibular chegou, as aulas foram aos poucos sendo ministradas. Os professores demonstravam saber, principalmente os professores de Língua Portuguesa e de Filosofia que faziam questão de diferenciar com precisão as definições e os conceitos; de acertar, nos mínimos detalhes, as palavras e as sentenças mais significativas. Quase sempre buscavam os significados mais profundos nas raízes dos termos, bem juntinho das línguas grega e latina. De forma que os acadêmicos tinham nas veias sanguíneas o provérbio latino: "Nemo dat quod non habet" (Ninguém dá o que não tem). Sinceramente, as frases são construídas com erros gramaticais; as idéias são confusas; a linguagem falta com sua finalidade. Isto ocorre porque aquele que transmite não possui o objeto da comunicação, ou seja, o pensamento bem construído.
        O tempo decorreu. Janeiros vieram, e aqueles acadêmicos, agora professores, pós-graduados, retornam como egressos para a festa de sua instituição de ensino. Não mais encontram o professor de Latim – a instituição aboliu da grade curricular a disciplina de Língua Latina, pois o latim é desnecessário, afirmam os dirigentes daquela faculdade. O latim caiu no esquecimento. Com ele também se foram os clássicos filósofos e a disciplina de Filosofia. O velho mestre somente ficou na saudade, como um mito que apenas é ouvido por quem sabe referenciar a mãe de nossa língua pátria.
        Sem medo de defender o que é forte, o que é cultura, reproduzo o som que ainda está em minha memória: "Alia jacta est".(A sorte foi lançada)"; "Veni, vidi, vici". (Vim, vi, venci). Quem sabe as novas estratégias de difundir a língua e de cultivar o saber, sejam muito eficientes e valha a pena afastar-se das raízes históricas!

Discurso de Posse do Presidente Artur Palú Filho em 01/09/2013.


            Inicia-se nova etapa na vida desta Academia. Temos certeza do passado, assim como temos certeza da festa do presente. Resta, contudo, a obscuridade do futuro. Obscuridade esta que se pode traduzir em expectativas, esperanças mil e desejos de que tudo seja tão claro, bom e feliz como o foi o passado.

Juntos, os Acadêmicos, e nós que ora assumimos a Presidência desta casa da cultura, somos felizes e gratos ao contarmos com vossas presenças. Vós, ó aqueles que, familiares  ou amigos, companheiros das lides da vida, aqui viestes para nos acalentar o coração; vós que - aquiescendo ao convite que vos formulamos, em pensando tornar-nos felizes - deslocastes-vos do aconchego de vossos lares, para - nesta manhã, que tão importante nos é - estardes aqui conosco. Sede, por conseguinte, bem-vindos!
           
Há treze anos, no dia 27 de julho de 2000, ao instalarmos nossa Academia, era

Fotos da Posse do Presidente Palú e companheiro Ricardo

Em 01 de Setembro de 2013
Salão Paroquial da Catedral Nossa Senhora de Lourdes
Apucarana PR.


Crônicas de Thadeus Palka - ENSINAR É ATO DE NOBREZA

ENSINAR É ATO DE NOBREZA
(*) – Thadeus Palka
         Dia 15 passado, comemorou-se o Dia do Professor com muita alegria.
         Ser educador nada mais é do que um apostolado, porque a luta é a dureza do dia a dia e é isso que dá gosto especial ao professor. O trabalho sempre é exercido com entusiasmo e abnegação.
        É bem verdade que se vive tempos de enormes transformações sociais e econômicas devido à tecnologia e os meios de comunicação que acabam produzindo profundas formas de conhecimentos. Estamos na era digital.
         O professor não pode estar alheio a esse novos acontecimentos e deve acompanhar “pari-passu” os efeitos dessas transformações, principalmente, no que tange à Internet que traz um cabedal de informações e conhecimentos que são imprescindíveis e necessários ao acompanhamento do que acontece ao redor de todos e ao que vem de fora.
         É um trabalho que não tem parada é um assíduo e continuado aprendizado. O ensino evolui de uma forma fantástica e repentina, derrubando antigos conceitos de ensino e dando lugar a algo novo como o ensino à distância sem a necessidade da presença do mestre em sala de aula; nem isso tira o mérito do professor, embora seja novidade.
         Não bastem apenas o desejo e o preparo é necessário que os ambientes de trabalho sejam favoráveis para o exercício profissional, como também uma remuneração digna e honrosa pela complexidade do trabalho.  O professor deve ter o respeito de todos e da família dos alunos para que seja ativo e reconhecido e importante para a sociedade.
         Na verdade a escola é a extensão da família e é lá que o aluno vai vislumbrar outra forma de conviver e misturar-se com colegas das mais diversas classes sociais, e, começando novo aprendizado que é conhecer outras pessoas e, aos poucos, integrar-se a outro mundo que até então era desconhecido.
         A Professora Doralice Araújo, em artigo “Para Melhor Ensinar”, da “A Gazeta do Povo”, de l6.l0.07, afirma com muita maestria e probidade para o professor: “é o pastor das pequenas ovelhas da sociedade; ele as conduz pelos caminhos dos conhecimentos e os defende das tempestades advindas por esses vagalhões antiéticos, expressões mais do que vivas da degenerescência do seu humano”, a profundeza de sua forma de expressar é algo impressionante e de merecer todos os elogios a serem dirigidos a uma pessoa.
         Parabéns e ânimo a todos os professores desse imenso Brasil, porque todos eles são uns verdadeiros abnegados e que não medem esforços para transformar esse grandioso país numa das maiores potências do mundo e, para isso, é um celeiro de abnegados, valorosos e corajosos educadores.
(*)-Advogado e ex-professor da FECEA-Apucarana (PR)

Crônica de Thadeus Palka - CRISE MUNDIAL

 CRISE MUNDIAL
(*) – Thadeus Palka
                   Fatos marcantes acontecidos no século passado modificaram totalmente os costumes e as atitudes dos governos e das pessoas no âmbito nacional e mundial, tais como: a eclosão da primeira bomba atômica que mostrou como o homem pode destruir o mundo num segundo ou num simples apertar de botão e passou a ter medo de si mesmo; a notícia via internet chega aos destinatários num piscar de olhos; o chip possibilitou a ida do homem ao espaço sideral, como também possibilitou que tudo fosse transformado em miniatura (telefone celular, TV, circuito integrado, microprocessador, etc.), possibilitando a sofisticação dos equipamentos eletrônicos, a derrubada do Muro de Berlim que modificou totalmente o mapa europeu, a globalização com a criação de blocos econômicos que veio derrubar as fronteiras das nações e outros tantos inventos e fatos econômicos, políticos e sociais que vieram facilitar e melhorar a vida das pessoas.
                   Se o homem projetou-se tecnicamente, por outro lado está sucumbindo desastrosamente nos direitos das pessoas.
                   Acontece que a paz do mundo está combalida com guerras sem fim causando preocupações aos governantes de toda ordem por motivos econômicos, raciais e religiosos, ceifando vidas de irmãos sem nó e nem piedade, ferindo radicalmente os direitos humanos.
                   Vê-se, agora, que as grandes potências mundiais até a pouco tempo consideradas inatacáveis estão aos poucos sentindo os reflexos de países considerados pobres do terceiro mundo – China, Índia, Rússia e Brasil – e que estão produzindo, se rivalizando e se ombreando com essas nações poderosas porque estão deixando de ser pobres para produzirem microprocessadores e nanotecnologia.
                   Isso leva a uma análise muito simples de que as nações consideradas de primeiro mundo estão passando por um estágio de riqueza muito alto, quando, de certa forma, o seu crescimento começa a não ter aquele ritmo acelerado e de abastança, quando tem o início da desaceleração que é gradativa de suas atividades, quando surgem economias com crescimento de 10% (China e Tailândia) e 7% (Índia).
                   Está se observando que as grandes economias estão sentindo as conseqüências nefastas do consumo exagerado e desmedido e um exemplo os Estados Unidos que foi a economia que surgiu no pós-guerra de 1945, não está conseguindo vender seus produtos e é obrigado a exportar guerras para poder crescer um pouco; a hegemonia americana está sendo posta em perigo pelo terrorismo, guerras localizadas e o crescimento econômico dos países emergentes. A Inglaterra que foi a senhora do mundo que tem que se contentar com crescimento inferior de 3%.
                   O mundo está ficando mais justo? De certa forma pode-se dizer que sim porque está de fato acontecendo uma melhor distribuição de riquezas no mundo, e “pela primeira vez em muitos séculos, alguns países pobres estão ficando mais ricos e alguns países ricos mais pobres”, como afirma Domenico De Masi, no artigo “O mundo está ficando mais justo”, na revista Época, e isso nada mais é do que a lei da evolução – porque depois do ápice vem o declínio -.
                   O referido articulista ainda afirma que “tenho escrito que o Brasil cresce rapidamente, mas o faz sem renunciar a suas melhores características: acolhimento, solidariedade, alegria e sensualidade”. Oxalá que esse presságio se realiza num curto espaço de tempo.
                   Uma grande preocupação do momento são as bolsas de valores que estão oscilando de forma desastrada, ora subindo e ora descendo -, pelo que se vê os prejuízos são grandes e irrecuperáveis; bancos sendo incorporados por outros; isso tudo são indícios preocupantes e que tudo pode acontecer, podendo-se comparar com aquela árvore frondosa e majestosa que, quando derrubada, destrói tudo que está por baixo ou a seu lado de uma forma impiedosa, portanto todos devem estar atentos e acautelarem-se das conseqüências que possam advir.
(*)-Advogado e membro da Academia de Letras de Apucarana.

Crônica de Thadeus Palka - CONSIDERAÇÃO E HUMILDADE

CONSIDERAÇÃO E HUMILDADE
(*) – Thadeus Palka
                        Nós todos devemos na nossa vida tomar certas atitudes que de modo algum vêm deslustrar o nosso modo de agir e de atuar junto aos colegas e às pessoas em geral e que nos cercam no dia a dia, assim, quero apresentar uma crônica que vai dizer tudo o que eu sinto.
                        Onde será que esconderam a consideração? Como um sentimento tão nobre e importante para o crescimento de cada um pode ser deixado de lado?
                        Infelizmente, o que vemos hoje em dia são as pessoas cada vez mais individualistas e que só pensam em si e não se importam o que pode acontecer com os outros.
                       Os verbos são conjugados somente na primeira pessoa do singular: “Eu quero”, “eu preciso”, “eu penso assim”, etc... O que aconteceu com o “nós”: Só eu que sei. Quem manda aqui é só eu e fim de papo. Tomando atitudes totalmente contrárias aos interesses da empresas e da comunidade. Cabendo muito bem o que o Rei Luiz XV da França, quando numa memorável frase disse “Le Etat se moi” (O Estado sou eu).
                        A vida não é isso. Isso não é crescer. Isso é retroceder. A vida é união. É diálogo. É dividir. consideração é aceitar o outro sem julgar, pré-julgar ou criticar. É ouvir no silêncio. É estar presente.
                        Considerar o que supostamente é incompreensível é para poucos, mas de extrema valorização ao que está ao seu lado.
                        Na consideração o sorriso é fácil, mas considerar as lágrimas requer amor no coração e muito altruísmo.
                        Considerar é oferecer solidariedade indistintamente a todos. É estender a mão a quem quer que seja. É dar “colo” ao que mais necessita. É simplesmente dizer: “estou aqui, não se preocupe, não deixarei você sozinho”.
            Considerar é ouvir. É ajudar. E não cobrar nada em troca. É olhar nos olhos do outro e passar a confiança necessária. É a sinceridade, a lealdade, a solidariedade em primeiro lugar.
            Quando se fala em compreensão deve-se ligar à humildade, à solidariedade e ser humilde ou solidário não é ser subjugado a quem quer que seja ou dizer “amém” a tudo, mas saber-se ligar ao outro de uma maneira sutil e magnânima no sentido de elevar-se a si e ao outro.
                        O professor Antônio José Valverde, do curso de Filosofia da PUC-SP e da FGV-EAESP diz que o solidário, a consideração e a humilde é bem humorado, pois sabe rir de si mesmo, algo muito importante para o progresso pessoal. O orgulhoso desanima ao detectar qualquer falha, ao ver a objetividade como se é e, por isso desiste fácil ou se engana tentando se justificar, algo mais doloroso. O humilde, não. Por saber levar na esportiva, tem capacidade de chegar a mais, porque não se deixa brecar pelos seus erros, recomeça.
                        Portanto, seja humildade e colha os frutos da consideração.
(*) – Advogado e ex-professor da FECEA – Apucarana (PR)

Artigo de Ricardo Vélez Rodríguez Sobre Padre Antonio Vieira - Posse na Academia

PADRE ANTÔNIO VIEIRA – IDÉIAS POLÍTICAS E ESTRATÉGICAS


Ricardo Vélez Rodríguez
Coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas “Paulino Soares de Sousa”, da UFJF / CNPq.
Professor Emérito da ECEME, Rio de Janeiro.
Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do PEN Clube.



É uma honra para mim tomar posse na Academia de Letras do Centro Norte do Paraná, na cadeira cujo patrono é o Padre Antônio  Vieira (1608-1697). A Academia está de parabéns pelo fato de ter criado essa cadeira sob o nome do grande pregador jesuíta que, como veremos, tinha uma ideia muito clara e original do que deveria ser a posição do Brasil e de Portugal, no contexto das nações da época. Contexto marcado por uma grande instabilidade que, de parte do pensamento do padre, exigiria, de portugueses e brasileiros, uma larga visão estratégica para melhor se situarem nesse conturbado ambiente internacional. Uma clara lição que deixou o padre Vieira para um Brasil que se debate, hoje, justamente no contexto da agressiva globalização que vivemos, sem, no entanto, possuir uma visão estratégica de longo curso. Há décadas o pensamento republicano se situa no contexto do imediatismo de ganhar a próxima eleição. Poucos são os que pensam o Brasil da próxima geração!

O Período Iluminista, ao qual pertence o Padre Antônio Vieira, pode ser dividido em três grandes etapas: a primeira, centralizada ao redor da ilustração da sociedade pela razão encarnada no monarca absoluto, abarca o século XVII até 1680; a segunda identifica-se com o período denominado por Paul Hazard de “crise da consciência européia” [1] e se estende de 1680 até 1715, correspondendo ao declínio do absolutismo de Luís XIV (1638-1715) na França; a terceira, identificada com a apropriação das Luzes pela sociedade, vai de 1715 até 1789, culminando com a Revolução Francesa. O missionário jesuíta escreveu a sua obra, portanto, no contexto da primeira etapa, absolutista, da Ilustração. Daí a grande importância que na meditação vierina tem a figura do Monarca português, Dom João IV (1604-1656), que centraliza as iniciativas de racionalização do Estado após reaver a Coroa Portuguesa, em 1640.

Concentrarei a minha exposição do pensamento do Padre Vieira em torno a dois pontos: a idéia de Quinto Império, de um lado e, de outro, o aspecto estratégico e político da temporalidade luso-brasileira. Pretendo mostrar que a mística salvacionista do primeiro ponto complementa-se muito bem com o pragmatismo do segundo. O Padre Vieira acreditava firmemente na vinda do Reino definitivo de Deus na Terra e valorizava, ao mesmo tempo,