Artigos de Fahed Daher - O Respeito ao Pavilhão Nacional

O Respeito ao Pavilhão Nacional                                                                
                                                                                       
Não sei mais qual a importância da Bandeira Brasileira como símbolo da nacionalidade e exaltação do patriotismo, se é que a nacionalidade e o patriotismo têm ainda alguma razão para existir, diante da globalização.

Ainda no caso de |Brasil, diante da invasão das línguas estrangeiras, especialmente a inglesa, de cujo país vivemos sob a influência desde a vinda de Dom João VI, substituída agora, pelos Estados Unidos.
Para os que não entendem o valor do simbolismo da bandeira pergunto, aos religiosos, por que estatuetas e imagens nos templos?

Aos jovens que tem amor à família, porque as fotos dos pais e avós?

Ontem, em uma loja encontrei jovens manuseando uma bandeira brasileira, emoldurada de faixa vermelha.

Perguntei ao atendente da loja, brasileiro, se entendia que estava fazendo ultraje à nacionalidade
brasileira.

Respondeu-me: “isto é uma besteira.”.

Talvez as gerações de depois dos anos sessenta não tenham tido mais a educação para o respeito aos símbolos nacionais.

Talvez esta uma das razões vivemos como formigas de um grande formigueiro no qual alguém passou um grande rastelo.

Formigas sem o influxo da rainha e se batendo desorientadamente para todos os lados.

Vivi o tempo disciplinado, quando usávamos chapéus, descobríamos a cabeça quando passávamos diante da bandeira brasileira.

Quando ouvíamos ou se cantava o hino nacional nos perfilávamos.. Comportamento contrário ao de hoje, que em reunião de pessoas de cursos superiores, pessoas adultas, participando do hasteamento da bandeira, em reunião solene, juntamente com o hino nacional, postarem-se displicentemente com as mãos nos bolsos e, mesmo de costas para o local da solenidade, rindo, por alguma anedota.

A nossa bandeira virou símbolo de clube de futebol, onde qualquer um a traz envolvendo o corpo e usando-a como almofada de acento.

Outro dia assisti três jovens com uma grande bandeira, enrolada como bola, em plena rua, cada um procurando acertar a cabeça de outro.

Quando me dei conta lá estava eu tomando a bandeira das mãos deles, tentando transmitir alguma idéia que os levasse a refletir sobre o valor e a necessidade de respeito ao pavilhão nacional. Fui zombado pelo pouco caso como me ouviram.

Aprendi, já na pouca idade, a sentir na bandeira a presença da pátria, para qual devo o meu trabalho e o meu respeito.

Este sentimento, na minha geração, era transmitido teoricamente e praticamente pelas escolas de nível primário, secundário e superior.

Não havia televisão para modificar os costumes, banalizar a fidelidade.

Quando se executava o hino nacional ou se estava diante da bandeira, se esquecíamos de descobrir a cabeça, alguém nos fazia lembrar do ato e, espontaneamente, sem relutância acatávamos.

Toda gesto é resultado de sentimento, fruto de uma idéia e ou um ideal.
Se nosso gesto é de pouco caso para os símbolos da dignidade, nossos pensamentos e nossos sentimentos não correspondem à sintonia e harmonia social.

Daí podemos aquilatar que esta anarquia governamental em que vivemos é fruto da má formação e má educação que transmitem para os jovens especialmente os programas de televisão e a falta de disciplina e respeito nas escolas.

Tal anarquia se reflete na indisciplina dos lares em que pais perderam autoridade e nem a querem restabelecer para dispor do tempo e da responsabilidade ao seus caprichos.

Políticos, sem qualquer preparo da formação moral e cívica, sem capacidade legislativa, conceito profundo de Pátria, entregues ao comando de veteranos tal como mercenários, preocupados com os ganhos e as vantagens dos cargos.

Na vitória eleitoral dividindo o corpo da nação, como os aborígines devorando o corpo da caça.

Fahed Daher
SOBRAMES -Soc. Brasileira de Médicos Escritores – Vice-presidente PR...
Academia de Letras de Londrina - Centro de Letras do Paraná.

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