Livro Prof Braz - Vale do Ivaí

APRESENTAÇÃO

Três Poetas assim se expressaram ao se referirem à sua terra: Gonçalves Dias, o poeta dos versos, em 1843, em sua “Canção do Exílio”, suplicou: “Minha terra tem palmeiras... Não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá!” José de Alencar, o poeta da prosa, em 1865, em seu “Iracema”, nos descreveu: “Verdes mares bravios da minha terra natal onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba”. E o terceiro – BRAZ MIRANDA DE SÁ - um poeta “pé-vermelho”, radicado nesta terra, de longa data, fez da prosa uma poesia e nos brinda com sua obra-maior “Vale do Ivaí”, lançada em sua primeira Edição em 1987.

O “Professor Braz” deixa sua emoção e sensibilidade aflorarem, transmitindo-nos a lembrança, o sabor e a saudade de uma época bonita, a época dos desbravadores – bravos e destemidos irmãos de todas as partes do Brasil e do mundo – que, vindo, aqui se fixaram para fazerem desta terra a sua terra, e deste chão o seu universo, onde pudessem, viver, sonhar... criar sua prole e serem felizes, na luta árdua do labor diuturno.

A obra está repleta de relatos de ações do dia-a-dia, sem se importar com quem as praticou, mostrando que o que aconteceu ao Pedro, poderia ter acontecido com o José e que a Maria não é mais feliz ou infeliz que a Joana, pois tudo o que uma viveu... se a outra não viveu, bem que poderia ter vivido... É uma história sem personagens, datas, ou lugares... é, por conseguinte, universal... Todos a poderíamos contar, dizendo algo assim: “Sabe, teve um vez, que eu... lá na minha terra... nem me lembro quando...”

E o relato, em forma de poesia, mostra que ninguém é dono da história... felizmente! Graças a Deus, para que ninguém se sinta menos agente ou sujeito da história deste rico quinhão que Deus plantou no Norte do Paraná; ou que esteja privado de passar pelas alegrias, peripécias, lutas, dificuldades, vitórias e realização do seu sonho: o sonho maior de ter vindo, se assentado, vivido e vencido e, ao final do contrato da vida, deixar a vez aos seus rebentos para que embatam novas lutas e obtenham suas vitórias...

A obra é assim: teve um início... entrementes... não um fim.

Artur Palú Filho


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