Epifania Social inespecífica!
Realmente vivemos tempos complexos... E a avaliação certamente será difícil e exigirá tempo. Aparentemente não temos uma liderança política com quem conversar, que cristalize o que de fato está acontecendo. inclusive eles "todos" estão sendo rejeitados nas manifestações. O Processo começou em São Paulo de Alckmin (PSDB) e Hadad (PT), estendeu-se para o Paraná de Beto Richa (PSDB), foi ao Rio de Janeiro do PMDB, alcançou Anastásia (PSDB), Tarso Genro (PT), Eduardo Campos (PSB) e tantos outros prefeitos e governadores. A “New Wave” foi alimentada pela truculência da PM paulista do tucano e pela força das redes sociais na divulgação dos acontecimentos.
O fato é que problemas históricos estão sendo questionados. O “Passe livre” foi somente a gota d'água que fez entornar o monjolo! A distribuição de renda desumana vigente desde que aqui chegaram os primeiros capitães-gerais, hereditários, substituídos pelos barões do café e industriais parece, enfim, exposta ao mundo em dias de Copa e Olimpíadas. O que dizer da Escravidão, esse modelo econômico tão tardiamente demovido de nossas instituições, a pseudo-abolição (!), os abandonados do campo, excluídos das cidades, escolas, hospitais e Universidades.
Bem, o celebrado jeitinho brasileiro, a "Lei de Gérson", o que quer levar vantagem em tudo, a burocracia e a corrupção endêmica que não deixa o Gigante levantar-se de seu berço esplêndido estão à prova. Acadêmicos buscam desesperadamente encontrar uma explicação minimamente confiável para justificar os fatos observados em todo o país. A “Primavera Árabe” balançou as estruturas do Islã, derrubou governos e ditadores, embora outros tantos estejam dispostos a ocupar seus lugares. Os “Militantes de Sofá” dispostos a criticar “tudo isso que está aí” saíram às ruas. E não precisou de um grande líder que carregasse suas bandeiras.
“Saídos da Caverna” os manifestantes tomaram as ruas. Os problemas são os mesmos de sempre! “Douraram a pílula” que parecia apetecível sob a cobertura de um propalado crescimento econômico mais midiático que estatístico. Índices de avaliação da qualidade da educação beiram o ridículo, a transposição do velho Chico seca os cofres públicos enquanto o sertão não vira mar, as filas nos hospitais se assemelham a caracóis enquanto o trabalhador aproveita o calor humano de metrôs e ônibus “ensardinhados” a precinhos módicos.
O amedrontador Monstro da opinião pública está à solta. Para onde se encaminhará?
Edson Tavares – Odontólogo em São Pedro do Ivaí – PR
Presidente da Academia de Letras, Artes e Ciências Centro-Norte do Paraná.
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